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"Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém."

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domingo, 30 de junho de 2013

Mês do Sagrado Coração de Jesus – DIA 30




 

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(7 anos e 7 quarentenas de indulgência cada dia e uma in­dulgência plenária no fim.)

ORDEM DO EXERCÍCIO COTIDIANO


Invocação do Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor.

V. — Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R. — E renovareis a face da terra.

ORAÇÃO
Deus, que esclarecestes os corações de vossos fieis com as luzes do Espírito Santo, concedei-nos, por esse mesmo Espírito, co­nhecer e amar o bem e gozar sempre de suas divinas consolações. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Oração preparatória
(100 dias de indulgência — Leão XIII, indulto de 10 de dezembro de 1885).
 
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à di­vina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos sé­culos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afe­tos e desejos, todas as minhas obras e pa­lavras. Amém.

Lê-se a intenção própria do dia, recitando em sua con­formidade um Pai Nosso, Ave Maria e Glória, e a jaculatória: Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais.

Em seguida, a Meditação correspondente ao dia e, depois, a Ladainha do Sagrado Coração.


 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende pie­dade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espirito Santo no seio da Virgem Mãe, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, de majestade infinita, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, templo santo de Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fornalha ardente de ca­ridade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, abismo de todas as vir­tudes, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual habita toda a ple­nitude da divindade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, saturado de opróbios, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, atravessado pela lança, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, fonte de toda a conso­lação, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

ORAÇÃO
Onipotente e sempiterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

Para concluir, a seguinte fórmula de consagração 
 
Recebei, Senhor, minha liberdade in­teira. Aceitai a memória, a inteligência e a vontade do vosso servo. Tudo o que tenho ou possuo, vós mo concedestes, e eu vo-lo restituo e entrego inteiramente à vossa von­tade para que o empregueis. Dai-me só vosso amor e vossa graça, e serei bastante rico e nada mais vos solicitarei.

(300 dias de indulgência. Leão XIII, Decreto de 28 de maio de 1887).

Doce Coração de Jesus, sede meu amor.
(300 dias — Pio IX).

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
(300 dias — Pio IX).
 

MEDITAÇÕES

 

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— IV —

Os consoladores do Coração de Jesus
 
 
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TRIGÉSIMO DIA


Oremos na intenção de saber agradecer a Deus as graças que nos há concedido. Pai Nosso, Ave Maria, Glória e a jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.
Os consoladores do Sagrado Coração de Jesus
somos nós que viemos, durante este mês, 
meditar nos seus terníssimos afetos e estudar os seus desejos

Todos estes dias foi Jesus consolado, vendo que fomos constantes, que todas as manhãs o procurávamos fervorosos; mas, ainda quer de nós alguma coisa. O mês con­sagrado ao seu Coração termina hoje; quan­tas almas devotas porão de parte as suas práticas, as suas costumadas orações e es­quecerão a consolação que experimen­tam!… Jesus pede que não nos esqueçamos do seu Sagrado Coração, e quer que esta manhã lho prometamos.

“Farei um ato de consagração ao Coração de Jesus”.

EXEMPLO

Lê-se no livro — O Sagrado Coração de Jesus, — do Pe. Júlio Chevalier, editado em 1886: “Miguel dos Santos, Religioso Trinitário, desde a sua infância, dera-se tão perfeitamente a Deus, que este era tudo para ele, e ele era todo de seu muito Amado. Mas, como o amor nunca diz “basta” — parecia-lhe que ele não amava bem a seu Deus, e todos os seus desejos eram amá-lo cada vez mais. Um dia, fazendo oração nesta ha­bitual disposição de espírito pouco satisfeito da medida do seu amor a Deus, pediu a Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe mudasse o coração e lhe desse outro “mais tenro e mais sensível” aos atrativos do amor divino. Esta súplica amorosa foi tão agradável a Nosso Senhor, tão favoravelmente acolhida e generosamente despa­chada, que nem imaginar poderia o suplicante o sinal de amizade que seu divino Senhor lhe ia dar. Jesus tirou o “coração” do seu querido Miguel, e no lugar desse “coração” que tomou e escondeu no peito, pôs o seu próprio Coração, deixando esse fiel servo tão feliz, tão rico” pela incomparável troca, e tão abrasado de amor, que impossível é descrever. Este favor admirável, Miguel mesmo o comunicou a seu confessor, o sábio e virtuoso Fr. Francisco da Madre de Deus, que o ates­tou sob juramento; e Deus o fez conhecer ainda por outro modo. Mas dir-se-á: como viver quando o co­ração é tirado ou substituído? Impossível. —Respon­deremos: Na ordem contingente, nada há de necessário. Deus poderia bem ter organizado o homem sem lhe fazer um coração. Porque lhe não poderia manter a vida, depois de lhe ter retirado uma víscera principal? Seria isso evidentemente uma derrogação às leis atuais e ordinárias de nosso organismo, porém essa derro­gação não constitui uma impossibilidade absoluta, ela tem um nome na Igreja católica: chama-se um mila­gre. Deus que tirou do nada sua criatura para lhe dar o ser e a sua primeira forma, bem pode refazê-la ou modificá-la a seu agrado. Quem ousaria pôr limites ao seu poder? Surge, porém, dificuldade mais séria: como explicar que o Coração do Salvador possa, sem cessar de lhe pertencer, tornar-se o coração de outro, e até de muitos a um tempo? Aí o mistério. Uns explicam-no, dizendo que Jesus Cristo nestas circunstâncias dá seu Coração do mesmo modo que dá seu Corpo na Santa Comunhão, e que então se faz uma comunicação especial, semelhante a que se faz na Sagrada Eucaristia. Outros interpretam assim: “Jesus Cristo faz à feliz criatura que ele assim despoja e enriquece, um duplo dom: à sua alma, o de disposições e sentimentos que refletem as afeições intimas de sua alma divina; e ao corpo, o de um coração em harmonia com o estado anterior, como se seu Coração Sagrado se harmonizasse com os impulsos de sua alma”. O Papa Benedito XV adotou essa explicação quando proclamou venerável Miguel dos Santos: “A troca do Coração de Jesus pelo do seu servo fiel, disse ele, foi mística e espiritual”.


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CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS


Sim, Jesus, eu vos prometo recitar, to­dos os dias, uma oração ao vosso Sagrado Coração; prometo-vos venerar as piedosas imagens que o representarem à minha devo­ção; prometo-vos espalhar o conhecimento desta devoção e propagá-la.

Sede a minha fortaleza, a minha ale­gria, a minha felicidade!

“Farei um ato de consagração ao Coração de Jesus”.

Ao Coração adorável de Jesus dou e consagro o meu corpo e a minha alma, a mi­nha vida, os meus pensamentos, palavras, ações, dores e sofrimentos. Não me torna­rei a servir de parte alguma do meu ser, que não seja para o amar, honrar e glorificar.

Tomo-vos, pois, ó divino Coração, por objeto do meu amor, protetor da minha vida, âncora da minha salvação, remédio das minhas inconstâncias, reparador dos meus defeitos, e seguro asilo na hora da morte.

Ó Coração cheio de bondade, sede a minha justificação para com Deus, e apartai de mim a sua justa cólera.

Ponho em vós toda a minha confiança, porquanto receio tudo de minha fraqueza, como tudo espero de vossa bondade. Ani­quilai em mim tudo o que vos possa desa­gradar e resistir; imprimi-vos em meu coração, como um selo sagrado, para que jamais me possa esquecer de vós, e de vós ser se­parado. Isto vos peço por vossa infinita bon­dade: que o meu nome se inscreva em vós, que sois o livro da vida, e que façais de mim uma vítima consagrada inteiramente à vossa glória; que desde este momento seja eu abrasado e um dia inteiramente consumido pelas chamas do vosso amor; nisto consiste a minha dita, não tendo outra ambição se­não a de morrer em vós e por vós.

Assim seja.


 

DIA 30

O luminoso cortejo que no decurso deste mês temos visto desfilar em honra ao Sagrado Coração, fecha hoje com o vulto de um egrégio brasileiro: D. Vital, bispo de Olinda. Um traço da sua infância revelava já, como que em gérmen, a vocação religiosa que mais tarde lhe encheria nobremente a vida: morando perto da igreja, seus pais vinham achá-lo muitas vezes ali, a ouvir a Missa, ou rezando muito devotamente. No colégio de Benfica onde fez os estudos secundários, como escreve o seu professor de latinidade, captou depressa a estima e apreço de mestres e alunos, e ocupava sempre nas aulas o primeiro lugar. Depois entrando para o Seminário, tanto se recomendou por seu talento e piedade que o Prelado lhe fa­cultou em prêmio o ir acabar seus estudos em Paris, no seminário de S. Sulpício. Aí sustentou brilhantemente as teses finais de filosofia, e, como informa um companheiro, superiores e iguais o viam sempre cingido ao regulamento, e, se por acaso incorria na me­nor falta, a reparação era pronta. Mas, na grande capital francesa em que tantas vezes se desvaneceram aspirações piedosas, no afamado instituto eclesiástico em que se for­mavam os combates para os primeiros postos da milícia católica, Vital só teve uma ambição: professar numa Ordem religiosa, pobre e humilde. Recolheu-se para isso em 1863 ao convento dos capuchinhos em Versailles, onde fez o noviciado, indo depois para o de Toulouse, que era a sede dos es­tudos na Ordem. “Parecia deliciar-se nas privações que o cercavam”, relata um visi­tante (o Pe. Dr. Barroso). E, falando so­bre a sua próxima profissão, dizia: “Ora muito por mim, a fim de que Jesus faça deste seu indigno servo um perfeito religioso, um verdadeiro filho do Serafim chagado de Assis”. Em 1868, ordenado presbítero, ele era logo chamado para o seminário de S. Paulo no Brasil, que estava sob a direção dos Religiosos capuchinhos; e lhe foi ali con­fiada a cátedra de filosofia, que regeu com toda a proficiência. Porém a muito mais alta missão destinava a Providência o exem­plar sacerdote que sob o rude burel, quisera furtar-se às honras e dignidade. Em 1871 surpreendeu-o, em seu retiro, a nomeação para bispo de Olinda, e não houve escusas que o livrassem. A 24 de maio de 1872, do sólio de sua catedral saudava o rebanho e desejava-lhe a paz, “não a paz fementida e efêmera do mundo, comparável à vaga do oceano que expira aos pés do homem sem poder atingir a sua parte superior e divina, mas a paz de Deus, que se baseia no cum­primento do dever, no testemunho da cons­ciência pura, e que acompanha o cristão até a eternidade”. Mas a paz que aí então rei­nava era, em grande parte, a da confusão e indiferença religiosa, a de um culto que se satisfazia de meras exterioridades e bania o essencial; a paz de uma aliança enganadora e funesta em que as lojas maçônicas se en­chiam com o seu pessoal, e com a sua ímpia orientação desvirtuavam os sodalícios ca­tólicos. D. Vital viu, constrangido, o pe­rigo crescente, não poupou meios brandos e suasórios para sustar o mal; o inimigo, po­rém, respondeu, atacando pela sua imprensa os dogmas de fé e a pureza da SS. Virgem, pretendendo comemorar a fundação de lojas com solenidades na igreja, e fazendo-se eleger presidente de uma confraria que tinha sua sede próxima do palácio do Bispo um chefe da seita que em seu jornal blasfemava das coisas sagradas. Lançado então o interdito sobre as Irmandades refratárias, exasperou-se o ódio sectário, e o Bispo foi preso e arrastado à barra do Supremo Tri­bunal. Do Episcopado, das Câmaras, da imprensa jurídica, de todas as classes sociais, levantavam-se protestos; mas ao leme da nau do Estado se achava o Grão-Mestre do Oriente, e a condenação se fez, contra o voto de um só dos juízes. D. Vital, quando lhe apresentaram o libelo para dizer em sua defesa, escreveu somente as palavras do Evangelho sobre o interrogatório de Cristo no tribunal de Caifás: “Jesus se calava: “Jesus autem tacebat”. Devotíssimo do Sagrado Coração, fora ele quem primeiro ha­via divulgado no Brasil, por uma tradução sua no vernáculo, um livro de exercícios do mês dedicado a esse culto; ao Coração de Jesus, por uma pastoral expedida aos 12 de junho de 1874, da fortaleza em que o pren­deram, antecipando-se a consagração universal decretada por Pio IX, consagrou ele a sua diocese dizendo: “Entremos por aquela porta da vida, que no lado do nosso adorável Salvador foi aberta de par em par dessa fonte perene de todas as graças; per­maneçamos nesse paraíso de delícias inefá­veis, até o nosso último alento”. Mudando a situação política, o novo governo, em setem­bro de 1875, anistiou os eclesiásticos envol­vidos no conflito religioso, e D. Vital, desde que lhe foi restituída a liberdade, quis ver a Pedro, quis ouvir o Vigário de Jesus Cristo, que o acolheu com toda a confiança e o cumulou de atenções; no aniversário da sua prisão em Olinda, ele celebrava o santo Sacrifício no Cárcere Mamertino. A 6 de outubro seguinte D. Vital voltava à sua diocese, e do púlpito da igreja de São Pedro, falava assim ao amado rebanho: “Ben­dito seja Deus, desencadeando a procela; bendito seja Deus trazendo-nos a bonança! Conseguiu a mão da violência, arran­cando o Pai do seio da família, atirá-lo para bem longe; mas não logrou que ele a es­quecesse um momento sequer. Lá mesmo na solidão do cárcere fostes o objeto contínuo das nossas vigílias, a imagem constante dos nossos sonhos. E quem, senão essa mesma pastoral solicitude nos impeliu a atravessar o Atlântico, em demanda da Cadeira Apos­tólica, centro da unidade? Pela segurança do rebanho cometido à nossa vigilância, não cessaremos de propugnar um só instante. Venha de novo o cárcere com todas as suas provações: já o conhecemos. Venha o desterro; empunhando o bastão de pere­grino, tomaremos o caminho do exílio. Ve­nha a própria morte violenta ou traiçoeira: nada de tudo isto, saiba a impiedade, nos há de acobardar o ânimo. Sim, venha a morte por amor do rebanho estremecido; venha essa morte tão bela! A cruz no peito, Jesus nos lábios, os olhos no céu, recebê-la-emos radiante de prazer. Serás, ó morte gloriosa, o nosso maior triunfo”. Em 1877 o ínclito bispo veio ainda ao Rio de Janeiro, de onde partiu com uma romaria brasileira, para a França, visitando nessa ocasião al­guns dos grandes santuários desse país e da Itália. Em todas as suas viagens hospedava-se nos conventos de sua Ordem, onde havia, e aí desaparecia logo à entrada o bispo, fi­cando só o humilde capuchinho: de uma testemunha ocular, digna de todo o crédito, soube-se que “às sextas-feiras, e em algumas semanas mais vezes, sobretudo se ocorria festa Solene de Nossa Senhora, servia à mesa, ia à cozinha lavar a louça, varria o refei­tório, e empregava-se nos misteres os mais humildes” e “foi surpreendido muitas vezes sozinho, descalço, em tempo de intenso frio, a praticar a devoção da “Via-crucis” no claustro do convento. E tão contente se sentia então, que muitas vezes disse a um sacerdote seu amigo: “Que boa e santa vida! Quem me dera morrer por aqui entre meus irmãos!” Sofrimentos que lhe mi­navam o forte organismo, e cuja origem real seus médicos não puderam conhecer bem, agravaram-se em Roma no mês de ja­neiro de 1878, e, aconselhado a voltar para a França, recolheu-se ao Convento dos Ca­puchinhos em Paris, onde morreu a 4 de julho. O Religioso que lhe serviu de enfer­meiro, em carta que foi publicada, escreveu: “Durante os três meses que passei com ele sem jamais o deixar dia e noite, nunca notei nele a menor imperfeição; nunca se queixou, nunca murmurou, nunca deu demonstrações de mau humor nem de impa­ciência; sempre calmo, resignado, contente e reconhecido a tudo o que se lhe fazia; pe­dindo a Deus sofrer ainda mais, se esta fosse a sua santa vontade, ter o seu purgatório neste mundo, perdoar seus inimigos e mor­rer pela Igreja do Brasil… Já desde quarta-feira tinha pedido e recebido os últimos sacramentos, assistindo a esta cerimônia toda a comunidade reunida. O Pe. Pro­vincial dirigiu-lhe uma tocante alocução; todo o mundo chorava, somente S. Exa. es­tava calmo e resignado. A partir deste momento permaneceu ele recolhido em Deus, não se ocupando mais o seu pensamento se­não da eternidade. O dia de quinta-feira passou assaz calmo, mas à noite pelas dez horas entrou em uma suave agonia, meia hora depois disse-me ainda algumas pala­vras que não pude compreender e às onze horas e quinze minutos extinguiu-se doce­mente e em pleno conhecimento. Acabava em um ato de adoração noturna, ao entrar da primeira sexta-feira do mês, o dia espe­cialmente consagrado ao Coração do seu amantíssimo Jesus.

Mês do Sagrado Coração de Jesus. Mons. Dr. José Basílio Pereira. Editora Mensageiro da Fé. Fortaleza. 1962. Fonte.    
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Pedido

"Aproveitemos o tempo para santificação nossa e dos nossos parentes e amigos. Solicitem orações, que estaremos rezando juntos, em união de orações aos Sagrados Corações."